Fiquei um tempo afastada do  blog, estou retomando essa atividade as poucos, e remexendo em meus arquivos achei um texto que escrevi algum tempo, mas ele ainda me soa me atual. Achei pertinente compartilhar com você esse meu pensamento para que juntos possamos refletir sobre os padrões que as “modas”nos impõem a cada dia… Vem comigo…

“Esses dias navegando na internet e lendo vários artigos com pensamentos positivos e negativos sobre moda, me deparei com um que me chamou muito atenção.

O Titulo deste artigo é “Tendência Onde?”, da colunista Mariana Inbar, e me identifiquei com o tema, pois penso muito sobre isso. Nesse artigo ela fala sobre as vitrines de lojas de luxo e de como vem caindo alguns padrões na questão da qualidade da confecção do que é vendido a preços exorbitantes, lembrando que essa mesma roupa daqui a três meses no máximo vai estar entocada em algum canto do seu guarda roupas, porque a moda agora é outra, e a tendência mudou.

Ai você se pergunta, mas de onde surgem essas tendências, não são total mero frutos do acaso das mentes brilhantes do estilistas. Os grande conglomerados de moda contratam grandes agências – WSDG é uma delas – que fazem pesquisas sociais para saber o que as pessoas desejam e irão desejar daqui a um, dois ou três anos, e em cima dessas pesquisas eles criam essas tendências.

O que não me assossega é a seguinte questão, qual é a ponte que separa as tendências apresentada nas passarelas, catálogos, revistas, editoras de grandes revistas montadas com as tendências causando o maior auê nas portas dos desfiles com roupas que ainda nem estão a venda, com as roupas propriamente ditas e prontas nas araras das lojas esperando para serem compradas e não sendo, porque segundo Cathy Horyn o que tem estourado nos desfiles não está sendo vendido nas lojas. Baseio esse pensamento nas lojas gringas.

Isso aconteceu até mesmo em uma fast fashion aqui no Brasil, que lançou uma coleção com renomada estilista com uma peça bacanas, estamparia bem diferenciada, e o que aconteceu? Empacou. Eu pergunto porque? Não entenderam a proposta? Acharam tudo estranho? Mas quando ela fez o vestido do noivado da princesa Kate Middleton todas as copias se esgotaram não é mesmo.

As estampas de azulejos portugueses que pipocaram mundo afora, e as de fruta? – Do you have banana? Essas estampas combinam com nosso clima tropical, com a alegria do povo brasileiro, vi isso nas lojas mas não vi nas ruas. O mesmo aconteceu com as roupas com ideia de pijamas, quer mais conforto do que um conjunto de seda para ser usado nesse calor? Juro que não consigo entender.

O único caminho de luz e pouca explicação que me faz compreender um pouco, porém não aceitar, é que nós somos tão bombardeados com informações a todo o momento que fica difícil filtrar cada informação que chega. E essa sensação para quem trabalha com moda parece pior, pois o contato é maior e mais intenso, é full time.

Tenho percebido que não é mais só privilegio da turma da moda acompanhar desfiles internacionais e tudo o mais, com a internet e a globalização isso virou meio que direito mundial. Porque estou dizendo isso?

Hoje com esse acessibilidade todos consegue detectar as possíveis próximas tendências e em menos de um mês essas trends estão enfeitando as vitrines mundo a fora.

A velocidade da informação está banalizando as coisas, até mesmo a compra de um casaco. E ai me pergunto: o que está acontecendo com as pessoas? Onde está o erro? São as tendências que são abusadas? Os meios de comunicação que as saturam demais?

Acho que devemos por o pé no freio e começar a repensar cada compra, cada nova aquisição que vai para dentro do nosso guarda roupa, porque não adianta nada você comprar o conjunto quadriculado, ou a saia de frutas, que sim as vi nas vitrines lindas e belas, mas não as vi pelas ruas passeando e alegrando o dia.

Compra e consumo consciente é o que faz pessoas e consequentemente um mundo melhor.

Repense como gastar seu dinheiro, as revistas de moda estão ai para nos orientar e não nos escravizar, crie seu próprio estilo com as coisas que você tem a 10 anos juntamente com a saia de frutas que você adquiriu agora, mas isso se estiver dentro do seu gosto, do seu estilo, ok.”

Beijos

Jack Brossi