Depois de um longo tempo sem postar, retomo essa atividade propondo uma reflexão pessoal sobre nosso corpo!

“Paramos de nos comparar com o que é bonito e melhor no outro quando nos bastamos . Para que isso ocorra é preciso se abastecer diariamente de SI MESMO.”(Jack Brossi)

O que quero dizer com isso?

Que todos os dias temos que nos olhar no espelho e reconhecer as boas coisas que temos, seja no campo intelectual, profissional ou físico. No entanto precisamos fazer isso com carinho e respeito pela gente, tentar dia após dia desvincular nossas características das características daqueles que admiramos e tomamos como seres perfeitos.

Entender a nossa unidade e particularidade no mundo é o primeiro passo, isso faz com que olhemos para aquilo que não faz nossos olhos brilharem com mais carinho do que com julgamento de bonito X feio ou certo X errado.

Todos temos qualidades inúmeras e ressaltá-las diariamente para si também é um passo simples e transformador. Buscar o autoconhecimento trará para fora ainda mais fatores do que se orgulhar e admirar.

Trazendo isso para o campo da imagem pessoal, faço o seguinte paralelo: Particularmente nunca fui muito feliz com a região do meu quadril, sempre avantajado em relação a outras partes do meu corpo. Sofri demais com apelidos e menções depreciativas e até mesmo vulgares sobre essa minha parte. Cresci achando isso uma cruz, acreditava piamente que nenhuma roupa ficava boa por isso, que comprimentos curtos não eram para mim –  na sequência do quadril mais volumoso a gente tem pernas grossas-, isso me incomodava por demais. Me comparava a outras meninas e depois mulheres e nuca me achava bonita e bem vestida o suficiente.

Diziam, e eu acreditava, que mulher de perna grossa com roupas curtas estava chamando atenção de forma negativa e vulgar.

Como cresci?

De calças compridas e escuras.

Como mudei essa realidade?

Me conhecendo, e trabalhando internamente essa questão no sentido de entender o que poderia melhorar e como poderia deixar essa região menos tenebrosa na minha concepção.

Primeiro ponto que entendi foi que isso faz parte da minha estrutura física, meu corpo foi concebido para ser dessa forma. Sou de origem italiana direta, o que já carrega o meu DNA com um corpo mais voluptuoso. Minhas avós, por exemplo, têm esse formato de corpo, então concluí que brigar com essa natureza não me levaria a lugar nenhum.

Parei de me inspirar em pessoas com biótipo diferentes do meu – pernas finas e quadril estreito-, e descobri que NÃO SOU FEITA APENAS DE QUADRIL…Tenho braços, pernas, mãos, pescoço, colo, joelhos, pés, dedos, costas, ombros, glúteos, cérebro, coração, formação acadêmica, centenas de livros lidos, filmes assistidos, seminários proferidos,  etc e etc e um quadril.

Contudo, decidi que esse era o menor ponto perto de todo um corpo cheio de outras características. Comecei a valorizar outras regiões, como as costas e ombros, que sempre amei de paixão – embora minha postura um pouco prejudicada -, os acho lindos e sempre amei exibí-los.

Não vou dizer que sou apaixonada pelo meu quadril, mas não tenho mais desamor por ele – quando adolescente sonhava em fazer uma cirurgia de diminuição de osso para resolver isso, aí descobri que isso não existia; fui entender mais tarde que um corpo mais magro diminuía essa aparência de quadril grande, porém falaremos de magreza X gordura outra hora -, hoje entendo o que fica melhor ao vestir essa região, tirei de mim o conceito de que pernas grossas não combinam com comprimentos curtos  e acima de tudo eu entendi que  SOU a Jacqueline que tem esse corpo para viver na Terra, e que amá-lo me faria amar muitas outras coisas.

Deixei de querer ter o corpo da Gisele Bündchen , por exemplo. Passei a querer ter o meu corpo no melhor que ele pode ser,  e vestí-lo de forma a enaltecer o que tem de mais belo e bonito faz parte dessa aceitação, que hoje vem carregada de carinho e amor até pelo que não me enche de orgulho.

Aprendi acima de tudo que sou além de um corpo, sou meu trabalho, minhas experiências positivas e negativas, sou as coisas boas que absorvo do mundo…

Eu sou muita coisa para mostrar, e me preocupar com o quadril, ficou pequeno demais….

Jack Brossi